O Brasil é o maior produtor mundial de feijão,
seguido pela Índia e México, além de produtor é também o maior consumidor de
feijão do mundo. O Paraná é o estado que apresenta a maior produção do país,
seguido por Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Goiás.
O
centro de origem do feijão está localizado no continente americano, por não se
saber onde é exatamente o verdadeiro centro de origem da cultura, foi sugerida
a criação de três centros, os quais foram identificados através do gene
codificante da proteína faseolina, são eles: México, Argentina e Colômbia.
O
feijoeiro comum é uma planta pertencente à família Fabaceae,
subfamília Faboideae gênero Phaseolus
e espécie Phaseolus
vulgaris L. Apresenta sistema radicular superficial (cerca de 20 a 40
cm), o qual é composto de uma raiz principal e outras secundárias, caule
herbáceo e de crescimento variado, podendo ser determinado ou indeterminado e é
constituído de dois tipos de folhas: primarias e definitivas, as folhas
primárias são simples e opostas e as definitivas são alternas e trifolioladas.
As flores são agrupadas em 4 a 8 formando uma inflorescência e podem ser de
acordo com o habito de crescimento, sendo inflorescências
do tipo rácimo axilar (no hábito de crescimento indeterminado) e rácimo
terminal (no hábito determinado, sua coloração pode variar de acordo com a
cultivar. O fruto é uma vagem, deiscente, de forma e coloração variável. As
sementes apresentam alto teor de carboidratos e proteínas e se desenvolvem
dentro das vagens e são constituídas de
tegumento, hilo, micrópila e rafe, exteriormente e de um embrião formado
pela plúmula, duas folhas primárias, hipocótilo, dois cotilédones e radícula no
seu interior.
Os hábitos de crescimento do feijoeiro são classificados em quatro
tipos, são eles, tipo I, II, III e IV, sendo os mais cultivados no Brasil os do
tipo II e III. Os feijões com habito
de crescimento do tipo I apresentam hábito de crescimento determinado,
arbustivo, porte da planta ereto e haste principal e os ramos laterais terminando em
inflorescência. Os do Tipo II
tem hábito de crescimento indeterminado, arbustivo, porte da planta
ereto, caule pouco ramificado, boa produtividade e grande quantidade de vagens
localizadas na parte superior da planta. Os do tipo III apresentam o hábito de
crescimento indeterminado, prostrado ou semiprostado, grande desuniformidade de
maturação das vagens, grandes quantidade de vagens na parte inferior da planta
e ramificação bem desenvolvida e aberta. As plantas do tipo IV possuem hábito de crescimento
indeterminado, trepador com excessivo crescimento da haste principal e
acentuada dominância apical e baixo numero de ramos laterais.
O
estudo das fases de crescimento e desenvolvimento das plantas é denominado de
fenologia. A fenologia do feijão é compreendida em duas fases distintas, a
vegetativa e a reprodutiva, onde a passagem de um estádio para o outro não é
facilmente identificado em campo. A fase vegetativa é entendida como o período
desde a germinação até o aparecimento dos primeiros botões florais e é
classificada como: Estádio V0
(Germinação); Estádio V1 (Emergência); Estádio V2
(Desdobramento das folhas primárias); Estádio V3 (Emissão da
primeira folha trifoliada) e Estádio V4 (Emissão da terceira folha
trifoliada). A fase reprodutiva é o período desde a emissão dos botões
florais até a maturação das sementes e é classificada em: Estádio R5 (Botões florais);
Estádio R6 (Florescimento); Estádio R7 (Início da
formação das vagens); Estádio R8 (Enchimento das vagens); Estádio R9
(Maturação das vagens). Dos estádios R6 ao R8 é
possível verificar uma maior sensibilidade à deficiência hídrica e ao excesso
de água.
No
Brasil existem sete grupos de cultivares de feijão, são eles: Carioca, Preto,
Mulatinho, Jalo, Rosinha, Roxo e Rajado. Cada cultivar apresenta características
e exigências distintas, sendo cultivados e comercializados em vários estados do
país.
O
feijoeiro é uma planta muito sensível a variações de temperatura, com isso para
que o mesmo possa atingir a produtividade esperada é necessário que a
temperatura se situe entre 12O C e 29 O C (mínima e
máxima), sendo a temperatura ótima de 21 O C, pois, baixas temperaturas reduzem a germinação, emergência das plântulas e a
altura das plantas e altas temperaturas (acima de 30º C) causam abortamento
floral.
A água é
uma “faca de dois gumes” para qualquer cultura, sendo necessária a dose certa,
para que a mesma expresse o seu potencial produtivo. Com isso, a deficiência
hídrica no feijoeiro pode causar murchamento, diminuição da percentagem de flores fecundadas, amadurecimento precoce
das vagens, entre outros, sendo o período mais critico durante
a floração e no estádio inicial de formação das vagens. Por outro lado, o
excesso de água prejudica o desenvolvimento das raízes, alongamento do
hipocótilo, favorecem a incidência de diversas doenças, principalmente se
ocorrer juntamente com altas temperaturas, prolongam o ciclo da cultura e
atrasam as operações da colheita.
O
Feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) é cultivado em propriedades de
diferentes áreas e nível de tecnificação, em diferentes regiões do país, sendo
uma das culturas de grande importância econômica e social.
O
cultivo pode ser realizado de duas maneiras, de modo convencional e plantio direto.
No plantio convencional é feito uma aração e duas gradagens sobre o solo, antes
da semeadura. Já no plantio direto a semeadura é feita sobre a palhada, apenas
no sulco de plantio, não necessitando de arações e gradagens. As
vantagens do plantio direto são minimizar a erosão,
propiciar maior disponibilidade de água, matéria orgânica e nutrientes, porém, esse sistema exige mão de obra
qualificada e um custo inicial muito alto, sendo rentável a partir do quarto
ano.
O sistema de
plantio pode ser solteiro ou consorciado. No sistema solteiro planta-se apenas
a cultura em questão, O sistema plantio em consórcio é feito plantando-se o
feijão e outra cultura na mesma área, sendo realizado principalmente por
pequenos agricultores, os consórcios mais comuns são: feijão x milho, feijão x
mandioca, feijão x café, feijão x mamona, entre outras.Os benefícios do cultivo
em consorcio são, proteção do solo contra erosão, redução na incidência de
pragas, doenças e plantas invasoras, entre outras.
O espaçamento para a semeadura do feijão
é variável de acordo com o habito de crescimento da cultura, do seu cultivar,
da época de plantio, entre outros, porém, não se deve adensar muito, pois, o
adensamento aumenta a competição entre as plantas e reduz a irradiação solar
sobre as mesmas, podendo dessa forma diminuir a produtividade. A profundidade
de plantio é de 3 a 4 cm para solos argilosos e de 5 a 6 cm para solos arenosos.
Normalmente o recomendado é um estande de 200 a 375 mil plantas por hectare.
O feijão pode ser produzido em três épocas distintas, são
elas, cultivo das águas, o qual, é realizado nos meses de agosto e novembro,
sob condições normais, no início da estação chuvosa, pode ter problemas na
colheita, com plantas daninhas e com doenças. O cultivo da seca é aquele
cultivado nos meses de janeiro a março esse cultivo necessita da presença da
irrigação para a garantia da produção e elevado rendimento. O cultivo do
inverno é feito nos meses de abril a julho, sob condições normais, esse tipo de
cultivo apresenta problemas com doenças e a sua colheita é realizada na época
seca apresentando assim um produto de boa qualidade.
Existem três tipos de colheita, a manual, a
semi-mecanizada e a mecanizada, onde a escolha do tipo dependerá de vários
fatores, dentre eles, mão de obra, poder aquisitivo, época de colheita, etc. Na
colheita manual o arranquio, a bateção e a abanação são realizados manualmente,
esse tipo de colheita necessita de 8 a 10 pessoas/dia/hectare, necessitando
assim de alta mão-de-obra. A colheita semi-mecanizada é a mais utilizada entre
os produtores, nessa colheita o arranquio e o enleiramento são feitas
manualmente, a única coisa feita mecanicamente é a trilha. No sistema mecanizado
todas as operações (arranquio, trilha e abanação) são realizadas por maquinas,
requerendo dessa forma mão-de-obra especializada.
O comercio do feijão no Brasil apresenta uma alta
volatilidade no preço, pois a cultura é altamente dependente das condições
climáticas, ou seja, na época das chuvas, quando a produção é alta o preço
desce, já na época seca, com a escassez do produto, o preço sobe. Essa
volatilidade no preço se deve também pela dificuldade na estocagem do feijão,
pelo fato do mesmo, envelhecer muito rápido e perder seu valor comercial. O
estado de São Paulo é um dos principais formadores de preço do pais.
A classificação do feijão é instituído pela
Portaria no 161, do Ministério da Agricultura, em 24 de julho
de 1987. Uma das classificações qualidade do feijão é referente aos defeitos, sendo
separada em defeitos graves (ardidos, carunchados, germinados e mofados) e
defeitos leves (amassados, danificados, imaturos, quebrados e partidos). Alem
disso, o feijão ainda pode ser classificado de acordo com a cor em: branco, preto, cores e
misturado.
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