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24 de ago. de 2018

Produção de Mudas de Banana

INTRODUÇÃO 

As mudas constituem um dos itens mais importantes na implantação de um pomar, seja ele de qualquer espécie vegetal. Na bananicultura, em especial, da qualidade das mudas depende em grande parte o sucesso do empreendimento. Além de influenciar de forma direta no desenvolvimento e produção do bananal, sobretudo no seu primeiro ciclo, as mudas têm papel fundamental na sua qualidade fitossanitária, uma vez que, uma série de doenças e pragas, levada na muda pode comprometer totalmente o sucesso do novo plantio. Dentre estes problemas destacam-se: nematóides, broca-do-rizoma, mal-do-panamá, moko, podridão-mole e vírus. Além de garantir a qualidade sanitária das mudas, procura-se ainda agregar a ela mais um aspecto importante para o seu desenvolvimento vegetativo pós-plantio, que é a micorrização. 

Métodos utilizados na produção de mudas 

Propagação convencional 

As bananeiras são normalmente propagadas vegetativamente por meio de mudas desenvolvidas de gemas do seu caule subterrâneo ou rizoma. O ideal é que as mudas sejam oriundas de viveiros, que são áreas estabelecidas com a finalidade exclusiva de produção de material propagativo de boa qualidade. No caso da inexistência de viveiros, as mudas devem ser obtidas de bananal com plantas bem vigorosas e em ótimas condições fitossanitárias, cuja idade não seja superior a quatro anos e que não apresente mistura de variedades e presença de plantas daninhas de difícil erradicação, a exemplo da tiririca ou dandá (Cyperus rotundus) (Alves, 1986).
As mudas obtidas pelo sistema convencional, em geral, encontram-se em diferentes estádios de desenvolvimento ou tamanho, recebendo uma denominação que as diferencia, permitindo a identificação dos diferentes tipos existentes. O uso de um ou outro tipo exerce influência direta sobre a duração do primeiro ciclo de produção e peso médio do cacho. Destacam-se os seguintes tipos: 
1) Chifrinho: são mudas com 20 cm a 30 cm de altura e que apresentam unicamente folhas lanceoladas. 
2) Chifre: são mudas com 50 cm a 60 cm de altura e com folhas, também, lanceoladas. 
3) Chifrão: é o tipo ideal de muda, com 60 cm a 150 cm de altura, já apresentando uma mistura de folhas lanceoladas com folhas características de planta adulta.
4) Adulta: são mudas com rizomas bem desenvolvidos, em fase de diferenciação floral, e com folhas largas, porém ainda jovens. 
5) Pedaço de rizoma: tipo de muda oriundo de frações de rizoma e que contém, no mínimo, uma gema bem intumescida e peso em torno de 800 g. 
6) Rizoma com filho aderido: muda de grande peso e que, devido ao filho aderido, exige cuidado em seu manuseio, para evitar possíveis danos a ela. 
7) Guarda-chuva: mudas pequenas e com rizomas diminutos, mas com folhas típicas de plantas adultas. Devem ser evitadas, pois além de possuírem pouca reserva, aumentam a duração do ciclo vegetativo. 
As mudas de um mesmo tipo devem ser plantadas numa mesma área para a uniformização da germinação e da colheita. Na prática, são selecionadas de preferência, as mudas mais vigorosas, de forma cônica, com 60 cm a 150 cm de altura (chifrão) (Champion, 1975). O seu preparo deve ser efetuado no próprio local de sua aquisição, eliminando-se as raízes e solo aderidos e rebaixando-se o pseudocaule para 10 cm a 15 cm de altura. Este procedimento reduz o peso da muda e o perigo de introdução de pragas e doenças no bananal a ser instalado. 
No sistema de propagação convencional, a partir da separação de brotos do rizoma-mãe, teoricamente, podem ser produzidas 40 ou mais mudas, considerando o número de gemas presentes no rizoma, porém nem todas se desenvolvem. Na tentativa de buscar este desenvolvimento no campo, o melhor método produziu apenas 20 mudas transplantáveis após um ano de plantio (Barker, 1959, citado por Menendez & Loor, 1979). Devido ao baixo rendimento de mudas no sistema convencional, outros métodos de propagação começaram a ser trabalhados.

Fracionamento de rizoma 

Esta é uma técnica de propagação bastante simples, indicada para qualquer variedade de banana, consistindo das seguintes etapas (Cordeiro & Soares Filho, 1991): 
a) Arranquio das plantas no campo. 
b) Limpeza do rizoma mediante a remoção de raízes e partes necrosadas, para eliminar brocas e manchas pretas que apareçam. 
c) Eliminação de parte das bainhas do pseudocaule, de modo a expor as gemas intumescidas que estão sob elas. 
d) Fracionamento do rizoma em tantos pedaços quantas forem as suas gemas existentes.
 e) Plantio dos pedaços de rizoma em canteiros devidamente preparados com matéria orgânica, a fim de fornecer um ambiente adequado ao desenvolvimento das mudas. Para o plantio, abrem-se sulcos com profundidade suficiente para enterrar completamente os pedaços de rizoma, utilizando o espaçamento de cerca de 20 cm, entre sulcos, e por 5 cm entre frações, dentro dos sulcos. Durante toda a fase de canteiro, deve-se proceder à irrigação para manter o solo sempre úmido, o que assegura um índice de pegamento em torno de 70%. 
As mudas estarão aptas a serem levadas para campo cerca de 4 a 6 meses após o encanteiramento dos pedaços de rizoma, considerando-se que as gemas apresentam diferentes estádios e desenvolvimento fisiológicos. A transferência das plantas para campo é feita com todo o sistema radicular .

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