As mudas constituem um dos itens
mais importantes na implantação de um
pomar, seja ele de qualquer espécie vegetal.
Na bananicultura, em especial, da qualidade
das mudas depende em grande parte o
sucesso do empreendimento. Além de influenciar
de forma direta no desenvolvimento
e produção do bananal, sobretudo
no seu primeiro ciclo, as mudas têm papel
fundamental na sua qualidade fitossanitária,
uma vez que, uma série de doenças e pragas,
levada na muda pode comprometer totalmente
o sucesso do novo plantio. Dentre
estes problemas destacam-se: nematóides,
broca-do-rizoma, mal-do-panamá, moko,
podridão-mole e vírus. Além de garantir a
qualidade sanitária das mudas, procura-se
ainda agregar a ela mais um aspecto importante
para o seu desenvolvimento vegetativo
pós-plantio, que é a micorrização.
Métodos utilizados na produção de mudas
Propagação convencional
As bananeiras são normalmente propagadas
vegetativamente por meio de mudas
desenvolvidas de gemas do seu caule
subterrâneo ou rizoma. O ideal é que as
mudas sejam oriundas de viveiros, que são
áreas estabelecidas com a finalidade exclusiva
de produção de material propagativo
de boa qualidade. No caso da inexistência
de viveiros, as mudas devem ser obtidas de
bananal com plantas bem vigorosas e em
ótimas condições fitossanitárias, cuja idade
não seja superior a quatro anos e que não
apresente mistura de variedades e presença
de plantas daninhas de difícil erradicação, a
exemplo da tiririca ou dandá (Cyperus
rotundus) (Alves, 1986).
As mudas obtidas pelo sistema convencional,
em geral, encontram-se em diferentes
estádios de desenvolvimento ou tamanho,
recebendo uma denominação que
as diferencia, permitindo a identificação
dos diferentes tipos existentes. O
uso de um ou outro tipo exerce influência
direta sobre a duração do primeiro ciclo de
produção e peso médio do cacho. Destacam-se
os seguintes tipos:
1) Chifrinho: são mudas com 20 cm a
30 cm de altura e que apresentam unicamente
folhas lanceoladas.
2) Chifre: são mudas com 50 cm a 60
cm de altura e com folhas, também,
lanceoladas.
3) Chifrão: é o tipo ideal de muda, com
60 cm a 150 cm de altura, já apresentando
uma mistura de folhas lanceoladas com
folhas características de planta adulta.
4) Adulta: são mudas com rizomas bem
desenvolvidos, em fase de diferenciação floral,
e com folhas largas, porém ainda jovens.
5) Pedaço de rizoma: tipo de muda
oriundo de frações de rizoma e que contém,
no mínimo, uma gema bem intumescida e
peso em torno de 800 g.
6) Rizoma com filho aderido: muda de
grande peso e que, devido ao filho aderido,
exige cuidado em seu manuseio, para evitar
possíveis danos a ela.
7) Guarda-chuva: mudas pequenas e
com rizomas diminutos, mas com folhas
típicas de plantas adultas. Devem ser evitadas,
pois além de possuírem pouca reserva,
aumentam a duração do ciclo vegetativo.
As mudas de um mesmo tipo devem
ser plantadas numa mesma área para
a
uniformização da germinação e da colheita.
Na prática, são selecionadas de preferência,
as mudas mais vigorosas, de forma
cônica, com 60 cm a 150 cm de altura
(chifrão) (Champion, 1975). O seu preparo
deve ser efetuado no próprio local de sua
aquisição, eliminando-se as raízes e solo
aderidos e rebaixando-se o pseudocaule
para 10 cm a 15 cm de altura. Este procedimento
reduz o peso da muda e o perigo de
introdução de pragas e doenças no bananal
a ser instalado.
No sistema de propagação convencional,
a partir da separação de brotos do
rizoma-mãe, teoricamente, podem ser produzidas
40 ou mais mudas, considerando o
número de gemas presentes no rizoma,
porém nem todas se desenvolvem. Na tentativa
de buscar este desenvolvimento no
campo, o melhor método produziu apenas
20 mudas transplantáveis após um ano de
plantio (Barker, 1959, citado por Menendez
& Loor, 1979). Devido ao baixo rendimento
de mudas no sistema convencional, outros
métodos de propagação começaram a
ser trabalhados.
Esta é uma técnica de propagação bastante
simples, indicada para qualquer variedade
de banana, consistindo das seguintes
etapas (Cordeiro & Soares Filho, 1991):
a) Arranquio das plantas no campo.
b) Limpeza do rizoma mediante a remoção
de raízes e partes necrosadas, para
eliminar brocas e manchas pretas que apareçam.
c) Eliminação de parte das bainhas do
pseudocaule, de modo a expor as gemas
intumescidas que estão sob elas.
d) Fracionamento do rizoma em tantos
pedaços quantas forem as suas gemas
existentes.
e) Plantio dos pedaços de rizoma em
canteiros devidamente preparados com
matéria orgânica, a fim de fornecer um
ambiente adequado ao desenvolvimento
das mudas. Para o plantio, abrem-se sulcos
com profundidade suficiente para enterrar
completamente os pedaços de rizoma, utilizando
o espaçamento de cerca de 20 cm, entre sulcos, e por 5 cm entre frações, dentro
dos sulcos. Durante toda a fase de canteiro,
deve-se proceder à irrigação para manter o
solo sempre úmido, o que assegura um índice
de pegamento em torno de 70%.
As mudas estarão aptas a serem levadas
para campo cerca de 4 a 6 meses após o
encanteiramento dos pedaços de rizoma,
considerando-se que as gemas apresentam
diferentes estádios e desenvolvimento fisiológicos.
A transferência das plantas para
campo é feita com todo o sistema radicular
.
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