A sigatoka-negra, inicialmente conhecida
como raia-negra, é o principal problema
da bananicultura mundial. Foi recentemente
constatada no Brasil, onde vem se disseminando
rapidamente. Comparando-a com sua
similar, a sigatoka-amarela, ela é muito mais
agressiva, causando maiores perdas à
bananicultura. Os produtores brasileiros
estão apreensivos em relação aos efeitos da
doença na produção de banana, quando ela
estiver disseminada por todo o país.
A sigatoka-negra, constatada no Brasil
em fevereiro de 1998, no estado do Amazonas
e posteriormente, no Acre, Rondônia e
Mato Grosso, é causada por Mycosphaerella
fijiensis Morelet (fase sexuada) ou
Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton
(fase anamórfica). A primeira descrição
dessa espécie foi feita em 1963 nas Ilhas
Fiji, distrito de Sigatoka, como agente causal
da doença conhecida como raia-negra.
Em 1972, foi descrita em Honduras, a
doença denominada sigatoka-negra, causada
por M. fijiensis var. difformis (Stover, 1980).
Descobriu-se, mais tarde, que M. fijiensis é a
mesma M. fijiensis var. difformis, ou seja,
sigatoka-negra é sinônimo de raia negra
(Carlier et al., 1994). A fase assexuada (P.
fijiensis ) está presente durante a fase de
estrias ou manchas jovens da doença, quando se observa a presença de conidióforos,
emergindo de forma isolada ou em baixo
número, a partir dos estômatos foliares.
São visíveis, principalmente, na face inferior
da folha. A fase sexuada do fungo é
considerada mais importante no aumento
da infecção, uma vez que, um alto número
de ascósporos é produzido em estruturas
denominadas pseudotécios.
Sintomatologia
Os sintomas causados pela evolução
das lesões produzidas pela sigatoka-negra
se assemelham aos decorrentes do ataque
da sigatoka-amarela. A infecção ocorre nas
folhas mais novas da planta, seguindo os
mesmos requisitos apontados para a
sigatoka-amarela. Na sigatoka-negra, entretanto,
os primeiros sintomas aparecem
na face inferior da folha como estrias de cor
marrom, que evoluem para
estrias negras, formando halo amarelo. As
lesões em estádio final apresentam também
centro deprimido de coloração cinza. Geralmente,
no entanto, devido à alta freqüência
de infecções, o coalescimento das lesões desta doença ocorre ainda na fase de estrias,
não ocorrendo a formação de halo amarelo
em volta da lesão, causando o impacto
visual preto nas folhas afetadas e conseqüente
necrose precoce da área foliar afetada . Os reflexos da doença são
sentidos pela rápida destruição da área foliar,
reduzindo-se a capacidade fotossintética da
planta e, assim, a sua capacidade produtiva.
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