Antracnose
A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum, apresenta ampla distribuiĆ§Ć£o no Brasil, especialmente nas RegiƵes Sul e Sudeste e em Ć”reas serranas como as da regiĆ£o sul de Minas Gerais. Nessa regiĆ£o, as ocorrĆŖncias freqĆ¼entes de temperaturas moderadas, aliadas Ć alta umidade, favorecem o desenvolvimento da doenƧa.
As perdas causadas pela antracnose sĆ£o mais severas quando a doenƧa ocorre no inĆcio da cultura. Se as condiƧƵes ambientais forem favorĆ”veis ao desenvolvimento do patĆ³geno, as perdas podem chegar a 100%, alĆ©m de provocar a depreciaĆ§Ć£o da qualidade dos grĆ£os.
Sintomas
Os sintomas da antracnose sĆ£o visualizados em todas as partes da planta (Figura 1). Se forem utilizadas sementes contaminadas pelo patĆ³geno, lesƵes marrom-escuras ou negras podem ser observadas nos cotilĆ©dones logo apĆ³s a emergĆŖncia das plĆ¢ntulas. No caule e no pecĆolo, as lesƵes tĆŖm formato elĆptico, sĆ£o deprimidas e escuras. Nas folhas, os sintomas mais caracterĆsticos sĆ£o observados na face inferior das folhas, como um escurecimento ao longo das nervuras, podendo tambĆ©m ocorrer necrose nas Ć”reas adjacentes Ć s nervuras. Nas vagens, onde os sintomas sĆ£o mais tĆpicos e fĆ”ceis de serem observados, ocorrem lesƵes arredondadas, de coloraĆ§Ć£o escura, deprimidas e de tamanho variĆ”vel. No centro das lesƵes pode aparecer uma massa de coloraĆ§Ć£o rĆ³sea ocasionada pela produĆ§Ć£o de esporos do fungo. Algumas vagens podem chegar a murchar e secar. As sementes infectadas apresentam lesƵes escuras e deprimidas, de tamanhos variĆ”veis.
Fig.1. Sintomas de antracnose em folhas, vagens e grĆ£os do feijoeiro.
Foto: Carlos A. Rava
Embrapa Arroz e FeijĆ£o
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Epidemiologia
As condiƧƵes favorĆ”veis ao desenvolvimento do patĆ³geno da antracnose sĆ£o as temperaturas moderadas, entre 15oC e 22oC, associadas Ć alta umidade relativa do ar, por um perĆodo de seis a nove horas. O patĆ³geno sobrevive em restos de cultura e no interior das sementes, o que possibilita sua transmissĆ£o de um plantio para outro e para longas distĆ¢ncias. Pode tambĆ©m ser transmitido pelo vento e por respingos de Ć”gua de chuva.
Controle
A utilizaĆ§Ć£o de sementes sadias e tratadas com fungicidas Ć© uma estratĆ©gia importante e eficiente para o controle da antracnose. Contudo, a forma mais econĆ“mica de controle dessa doenƧa Ć© a utilizaĆ§Ć£o de cultivares resistentes, razĆ£o pela qual os programas de melhoramento do feijĆ£o no Estado tĆŖm como um de seus principais objetivos a obtenĆ§Ć£o de cultivares resistentes ao C. lindemuthianum.
Outras alternativas para conter a antracnose sĆ£o o controle quĆmico com fungicidas (Tabela 1) e a rotaĆ§Ć£o de culturas, que reduz o inĆ³culo inicial que sobrevive no solo.
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