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25 de ago. de 2018

SIGATOKA-NEGRA

07:11 0 Comments
 A sigatoka-negra, inicialmente conhecida como raia-negra, é o principal problema da bananicultura mundial. Foi recentemente constatada no Brasil, onde vem se disseminando rapidamente. Comparando-a com sua similar, a sigatoka-amarela, ela é muito mais agressiva, causando maiores perdas à bananicultura. Os produtores brasileiros estão apreensivos em relação aos efeitos da doença na produção de banana, quando ela estiver disseminada por todo o país. 

Agente causal 

A sigatoka-negra, constatada no Brasil em fevereiro de 1998, no estado do Amazonas e posteriormente, no Acre, Rondônia e Mato Grosso, é causada por Mycosphaerella fijiensis Morelet (fase sexuada) ou Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton (fase anamórfica). A primeira descrição dessa espécie foi feita em 1963 nas Ilhas Fiji, distrito de Sigatoka, como agente causal da doença conhecida como raia-negra. Em 1972, foi descrita em Honduras, a doença denominada sigatoka-negra, causada por M. fijiensis var. difformis (Stover, 1980). Descobriu-se, mais tarde, que M. fijiensis é a mesma M. fijiensis var. difformis, ou seja, sigatoka-negra é sinônimo de raia negra (Carlier et al., 1994). A fase assexuada (P. fijiensis ) está presente durante a fase de estrias ou manchas jovens da doença, quando se observa a presença de conidióforos, emergindo de forma isolada ou em baixo número, a partir dos estômatos foliares. São visíveis, principalmente, na face inferior da folha. A fase sexuada do fungo é considerada mais importante no aumento da infecção, uma vez que, um alto número de ascósporos é produzido em estruturas denominadas pseudotécios.

Sintomatologia 

Os sintomas causados pela evolução das lesões produzidas pela sigatoka-negra se assemelham aos decorrentes do ataque da sigatoka-amarela. A infecção ocorre nas folhas mais novas da planta, seguindo os mesmos requisitos apontados para a sigatoka-amarela. Na sigatoka-negra, entretanto, os primeiros sintomas aparecem na face inferior da folha como estrias de cor marrom, que evoluem para estrias negras, formando halo amarelo. As lesões em estádio final apresentam também centro deprimido de coloração cinza. Geralmente, no entanto, devido à alta freqüência de infecções, o coalescimento das lesões desta doença ocorre ainda na fase de estrias, não ocorrendo a formação de halo amarelo em volta da lesão, causando o impacto visual preto nas folhas afetadas e conseqüente necrose precoce da área foliar afetada . Os reflexos da doença são sentidos pela rápida destruição da área foliar, reduzindo-se a capacidade fotossintética da planta e, assim, a sua capacidade produtiva.

24 de ago. de 2018

Produção de Mudas de Banana

06:56 0 Comments
INTRODUÇÃO 

As mudas constituem um dos itens mais importantes na implantação de um pomar, seja ele de qualquer espécie vegetal. Na bananicultura, em especial, da qualidade das mudas depende em grande parte o sucesso do empreendimento. Além de influenciar de forma direta no desenvolvimento e produção do bananal, sobretudo no seu primeiro ciclo, as mudas têm papel fundamental na sua qualidade fitossanitária, uma vez que, uma série de doenças e pragas, levada na muda pode comprometer totalmente o sucesso do novo plantio. Dentre estes problemas destacam-se: nematóides, broca-do-rizoma, mal-do-panamá, moko, podridão-mole e vírus. Além de garantir a qualidade sanitária das mudas, procura-se ainda agregar a ela mais um aspecto importante para o seu desenvolvimento vegetativo pós-plantio, que é a micorrização. 

Métodos utilizados na produção de mudas 

Propagação convencional 

As bananeiras são normalmente propagadas vegetativamente por meio de mudas desenvolvidas de gemas do seu caule subterrâneo ou rizoma. O ideal é que as mudas sejam oriundas de viveiros, que são áreas estabelecidas com a finalidade exclusiva de produção de material propagativo de boa qualidade. No caso da inexistência de viveiros, as mudas devem ser obtidas de bananal com plantas bem vigorosas e em ótimas condições fitossanitárias, cuja idade não seja superior a quatro anos e que não apresente mistura de variedades e presença de plantas daninhas de difícil erradicação, a exemplo da tiririca ou dandá (Cyperus rotundus) (Alves, 1986).
As mudas obtidas pelo sistema convencional, em geral, encontram-se em diferentes estádios de desenvolvimento ou tamanho, recebendo uma denominação que as diferencia, permitindo a identificação dos diferentes tipos existentes. O uso de um ou outro tipo exerce influência direta sobre a duração do primeiro ciclo de produção e peso médio do cacho. Destacam-se os seguintes tipos: 
1) Chifrinho: são mudas com 20 cm a 30 cm de altura e que apresentam unicamente folhas lanceoladas. 
2) Chifre: são mudas com 50 cm a 60 cm de altura e com folhas, também, lanceoladas. 
3) Chifrão: é o tipo ideal de muda, com 60 cm a 150 cm de altura, já apresentando uma mistura de folhas lanceoladas com folhas características de planta adulta.
4) Adulta: são mudas com rizomas bem desenvolvidos, em fase de diferenciação floral, e com folhas largas, porém ainda jovens. 
5) Pedaço de rizoma: tipo de muda oriundo de frações de rizoma e que contém, no mínimo, uma gema bem intumescida e peso em torno de 800 g. 
6) Rizoma com filho aderido: muda de grande peso e que, devido ao filho aderido, exige cuidado em seu manuseio, para evitar possíveis danos a ela. 
7) Guarda-chuva: mudas pequenas e com rizomas diminutos, mas com folhas típicas de plantas adultas. Devem ser evitadas, pois além de possuírem pouca reserva, aumentam a duração do ciclo vegetativo. 
As mudas de um mesmo tipo devem ser plantadas numa mesma área para a uniformização da germinação e da colheita. Na prática, são selecionadas de preferência, as mudas mais vigorosas, de forma cônica, com 60 cm a 150 cm de altura (chifrão) (Champion, 1975). O seu preparo deve ser efetuado no próprio local de sua aquisição, eliminando-se as raízes e solo aderidos e rebaixando-se o pseudocaule para 10 cm a 15 cm de altura. Este procedimento reduz o peso da muda e o perigo de introdução de pragas e doenças no bananal a ser instalado. 
No sistema de propagação convencional, a partir da separação de brotos do rizoma-mãe, teoricamente, podem ser produzidas 40 ou mais mudas, considerando o número de gemas presentes no rizoma, porém nem todas se desenvolvem. Na tentativa de buscar este desenvolvimento no campo, o melhor método produziu apenas 20 mudas transplantáveis após um ano de plantio (Barker, 1959, citado por Menendez & Loor, 1979). Devido ao baixo rendimento de mudas no sistema convencional, outros métodos de propagação começaram a ser trabalhados.

Fracionamento de rizoma 

Esta é uma técnica de propagação bastante simples, indicada para qualquer variedade de banana, consistindo das seguintes etapas (Cordeiro & Soares Filho, 1991): 
a) Arranquio das plantas no campo. 
b) Limpeza do rizoma mediante a remoção de raízes e partes necrosadas, para eliminar brocas e manchas pretas que apareçam. 
c) Eliminação de parte das bainhas do pseudocaule, de modo a expor as gemas intumescidas que estão sob elas. 
d) Fracionamento do rizoma em tantos pedaços quantas forem as suas gemas existentes.
 e) Plantio dos pedaços de rizoma em canteiros devidamente preparados com matéria orgânica, a fim de fornecer um ambiente adequado ao desenvolvimento das mudas. Para o plantio, abrem-se sulcos com profundidade suficiente para enterrar completamente os pedaços de rizoma, utilizando o espaçamento de cerca de 20 cm, entre sulcos, e por 5 cm entre frações, dentro dos sulcos. Durante toda a fase de canteiro, deve-se proceder à irrigação para manter o solo sempre úmido, o que assegura um índice de pegamento em torno de 70%. 
As mudas estarão aptas a serem levadas para campo cerca de 4 a 6 meses após o encanteiramento dos pedaços de rizoma, considerando-se que as gemas apresentam diferentes estádios e desenvolvimento fisiológicos. A transferência das plantas para campo é feita com todo o sistema radicular .